INDISPENSABLE
PROBABLEMENT LE MEILLEUR LIVRE SUR LE SUJET
Após a data que, da noite para o dia, derrubou quase cinquenta anos de
ditadura, seguiram-se dezoito meses de convulsões profundas que
trouxeram à tona as forças e fragilidades da sociedade portuguesa. Um
povo pobre e deprimido, uma massa de gente ignorante e ignorada,
habituada a não ter voz, revelou uma consciência política que parecia
adormecida— a consciência da sua própria miséria e a crença de que era
possível acabar com ela.
Mas estes dezoito meses foram também de desencanto: partidos sem vontade de provocar uma mudança real na vida das pessoas; jornais «entusiasmados com o seu poder de criar acontecimentos» e agarrados aos mitos que fabricavam; e vanguardas supérfluas que instrumentalizavam os desejos dos deserdados à medida de cada ismo, sabotando qualquer tentativa de auto-organização. Portugal: A Revolução Impossível? é um mergulho nas águas agitadas do PREC, longe dos comícios, ao lado de gente comum; uma crónica minuciosa e apaixonada de um povo em alvoroço, pelos olhos de um irlandês libertário a viver em Portugal.
Mas estes dezoito meses foram também de desencanto: partidos sem vontade de provocar uma mudança real na vida das pessoas; jornais «entusiasmados com o seu poder de criar acontecimentos» e agarrados aos mitos que fabricavam; e vanguardas supérfluas que instrumentalizavam os desejos dos deserdados à medida de cada ismo, sabotando qualquer tentativa de auto-organização. Portugal: A Revolução Impossível? é um mergulho nas águas agitadas do PREC, longe dos comícios, ao lado de gente comum; uma crónica minuciosa e apaixonada de um povo em alvoroço, pelos olhos de um irlandês libertário a viver em Portugal.
Uma revolução impossível? Sim, dirão alguns. Impossível porque não pode existir nenhuma ilha de comunismo libertário num mar de consciência capitalista. Impossível porque a revolta estava alicerçada no subdesenvolvimento da sociedade. Impossível porque era o capitalismo de Estado, e não o socialismo, que estava na cabeça dos revolucionários. Mas os homens e as mulheres sempre sonharam sonhos «impossíveis».
Maurice Brinton
Disponible également en anglais chez PM PRESS
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